segunda-feira, 12 de abril de 2010
Expressão Numérica
Quando uma expressão numérica contém adições e subtracções,essas operações devem ser efectuadas na ordem em que aparecem na expressão,da esquerda para a direita.
Exemplos:
8+3-4= 12-10+4=
11-4=7 2+4=6
-Em uma expressão numérica podem aparecer os seguintes sinais:
Parênteses-( )
Colchetes-[ ]
Chaves-{ }
Nesse caso,resolvemos as operações nesta ordem:
1_As operações que estão entre parênteses,eliminando-os.
2_As operações que estão entre colchetes,eliminando-os.
3-As operações que estão entre chaves,eliminando-os.
Exemplo 1 : Exemplo 2:
(5+12)+(8-4)= 85-[23+(20-15+3)-10]=
17+4=21 85-[23-(5+3)-10]=
85-[23+8-10]=
85-[31-10]=
85-21=64
Citoplasma,Núcleo e Membrana
Núcleo celular
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O núcleo celular, organelo primeiramente descrito por Franz Bauer, em 1802, é uma estrutura presente nas células eucariontes, que contém o ADN (ou DNA) da célula. É delimitado pelo envoltório nuclear, e se comunica com o citoplasma através dos poros nucleares. O núcleo possui duas funções básicas: regular as reações químicas que ocorrem dentro da célula, e armazenar as informações genéticas da célula. O seu diâmetro pode variar de 11 a 22.25 μm.
Além do material genético, o núcleo também possui algumas proteínas com a função de regular a expressão gênica, que envolve processos complexos de transcrição, pré-processamento do mRNA (RNA mensageiro), e o transporte do mRNA formado para o citoplasma. Dentro do núcleo ainda se encontra uma estrutura denominada nucléolo, que é responsável pela produção de subunidades dos ribossomos. O envoltório nuclear é responsável tanto por separar as reações químicas que ocorrem dentro do citoplasma daquelas que ocorrem dentro do núcleo, quanto por permitir a comunicação entre esses dois ambientes. Essa comunicação é realizada pelos poros nucleares que se formam da fusão entre a membrana interna e a externa do envoltório nuclear.
O interior do núcleo é composto por uma matriz denominada de nucleoplasma, que é um líquido de consistência gelatinosa, similar ao citoplasma. Dentro dele estão presentes várias substâncias necessárias para o funcionamento do núcleo, incluindo bases nitrogenadas, enzimas, proteínas e fatores de transcrição. Também existe uma rede de fibras dentro do nucleoplasma (chamada de matriz nuclear), cuja função ainda está sendo discutida.
O ADN presente no núcleo encontra-se geralmente organizado na forma de cromatina (que pode ser eucromatina ou heterocromatina), durante o período de interfase. Durante a divisão celular, porém, o material genético é organizado na forma de cromossomos. Sua posição é geralmente central, acompanhando o formato da célula, mas isso pode variar de uma para outra. Nos eritrócitos dos mamíferos, o núcleo está ausente.
História
O núcleo celular foi o primeiro organelo a ser descoberto, tendo sido primeiramente descrito por Franz Bauer, em 1802.[1] Foi mais tarde descrito em mais detalhe pelo botânico escocês Robert Brown, em 1831, numa palestra na Sociedade Linneana de Londres. Brown estava a estudar orquídeas ao microscópio quando observou uma região opaca, que chamou de auréola ou núcleo, existentes nas células da camada exterior, em flores.[2] Na altura não sugeriu nenhuma potencial função. Em 1838, Matthias Schleiden propôs que o núcleo desempenhava um papel na geração de células, tendo introduzido o nome "citoblasto" (gerador de células). Acreditou que tinha observado novas células a aparecerem à volta dos "citoblastos". Franz Meyen era um forte opositor a esta teoria, tendo já descrito células a multiplicar-se por divisão e acreditando que muitas células não teriam núcleo. A idéia de que as células podem ser geradas de novo, pelo "citoblasto", contradizia os trabalhos de Robert Remak (1852) e Rudolf Virchow (1855), que decisivamente propagaram o paradigma de que as células são geradas somente por outras células ("Omnis cellula e cellula"). A função do núcleo permanecia, no entanto, pouco clara.[3]
Entre 1876 e 1878, Oscar Hertwig publicou vários estudos sobre a fertilização em óvulos de ouriço-do-mar, mostrando que o núcleo do espermatozóide entra no oócito, fundindo-se com o seu núcleo. Esta foi a primeira vez que era sugerido que um indivíduo se desenvolve a partir de uma única célula nucleada. Isto vinha em contradição com a teoria de Ernst Haeckel, de que a filogenia completa de uma espécie era repetida durante o desenvolvimento embrionário, incluindo a geração da primeira célula nucleada a partir de uma "Monerula", uma massa sem estrutura, de muco primordial ("Urschleim"). A necessidade de um núcleo espermático para a fertilização foi discutida por algum tempo. No entanto, Hertwig confirmou as suas observações em outros grupos animais, como por exemplo em anfíbios e moluscos. Eduard Strasburger produziu os mesmos resultados em plantas (1884). Isto abriu o caminho para estabelecer o núcleo como tendo um papel primordial na hereditariedade. Em 1873, August Weismann postulou a equivalência das células germinais paternais e maternas para a hereditariedade. A função do núcleo, como transportador da informação genética, apenas ficou clara mais tarde, após a mitose ter sido descoberta e a hereditariedade mendeliana ter sido redescoberta, no início do século XX. Nessa altura, a teoria cromossómica da hereditariedade foi desenvolvida.[3]
[editar] Estrutura
O núcleo é o maior organelo celular em animais.[4] Em células de mamíferos, o diâmetro médio anda tipicamente à volta de 11 a 22μm e ocupa 10% do volume total.[5] O líquido viscoso dentro do núcleo denomina-se nucleoplasma, e é similar ao citoplasma encontrado no exterior do núcleo.
[editar] Citoesqueleto
- Ver artigo principal: Citoesqueleto
Nas células animais, duas redes de filamentos intermédios providenciam suporte estrutural ao núcleo: a lâmina nuclear forma uma rede organizada na face interna do envelope, enquanto que um tipo de suporte menos organizado é providenciado pela face citosólica do envelope. Ambos os sistemas dão o suporte estrutural para o envelope nuclear e actuam como pontos de ancoragem para os cromossomas e poros nucleares.[5]
A lâmina nuclear é essencialmente composta por proteínas denominadas laminas. Como todas as proteínas, as laminas são sintetizadas no citoplasma e depois transportadas para o interior do núcleo, onde são agregadas antes de serem incorporadas na rede existente de lâmina nuclear.[6][7] As laminas podem também ser encontradas dentro do nucleoplasma, onde formam uma estrutura regular[8] que é visível com o auxílio de microscopia de fluorescência. A função desta estrutura ainda não está totalmente estabelecida, embora se saiba que está excluída do nucléolo e está presente durante a interfase.[9] As estruturas de laminas que formam esta estrutura ligam-se à cromatina e rompendo a sua estrutura dá-se a inibição da transcrição de genes que codificam proteínas.[10]
Tal como os componentes de outros filamentos intermédios, o monómero de lamina contém um domínio em alfa-hélice, usados por dois monómeros para se enrolarem um no outro, formando uma estrutura dimérica denominada coiled-coil. Então, duas destas estruturas diméricas colocam-se lado a lado, num arranjo antiparalelo, formando um tetrâmero denominado protofilamento. Oito destes protofilamentos formam um arranjo lateral que é torcido de molde a formar uma estrutura semelhante a uma corda. Estes filamentos podem ser juntos ou separados de uma maneira dinâmica, significando que o comprimento do filamento depende das diferentes taxas de adição e remoção de filamento.[5]
[editar] Cromossomas
- Ver artigo principal: Cromossoma
O núcleo celular contém a maioria do material genético da célula, sob a forma de múltiplas moléculas lineares de ADN organizadas em estruturas denominadas cromossomas. Durante a maior parte do ciclo celular estão organizados num complexo ADN-proteína conhecido como cromatina, e durante a divisão celular a cromatina pode ser vista a formar os cromossomas bem definidos que são familiares de um cariótipo. Uma pequena fracção dos genes da célula está localizada na mitocôndria.
Existem dois tipos de cromatina. A eucromatina é a forma menos compacta de ADN, e contém genes que são frequentemente expressos pela célula.[11] O outro tipo, a heterocromatina, é a forma mais compacta, e contém ADN que não é frequentemente transcrito. Esta estrutura é ainda mais categorizada em heterocromatina facultativa, consistindo de genes que estão organizados como heterocromatina apenas em certos tipos de célula ou em certos estágios de desenvolvimento, e a heterocromatina constitutiva, que consiste em componente cromossómicos estruturais como os telómeros e os centrómeros.[12] Durante a interfase, a cromatina organiza-se em pequenos aglomerados individuais,[13] denominados territórios cromossómicos.[14] Os genes activos, que são normalmente encontrados na região da eucromatina, tendem a estar localizados nas fronteiras deste territórios cromossómicos.[15]
Anticorpos associados com certos tipos de organização da cromatina, particularmente os nucleossomas, têm sido relacionados com um número de doenças autoimunes, tal como o lupus eritematoso sistémico.[16] Estes são conhecidos como anticorpos antinucleares (AAN) e têm sido observados concertadamente com esclerose múltipla, como parte de uma disfunção geral do sistema imunitário.[17] Tal como no caso da progeria, o papel desempenhado pelos anticorpos na indução dos sintomas de doenças autoimunes não é ainda óbvio.
[editar] Envelope nuclear e poros nucleares
- Ver artigos principais: Envelope nuclear e Poro nuclear.
o invólucro nuclear é composto por duas membranas celulares dispostas em paralelo (uma interior e outra exterior) e separadas por 10 a 50 nanómetros. O envelope nuclear envolve completamente o núcleo e separa o material genético da célula do citoplasma, servindo como barreira à difusão livre de macromoléculas entre o nucleoplasma e o citoplasma[18] A membrana nuclear externa é contínua com a membrana do retículo endoplasmático rugoso (RER), estando igualmente recoberta de ribossomas. O espaço entre as membranas nucleares é chamado de espaço perinuclear e tem continuidade com o lúmen do RER.
Os poros nucleares providenciam canais aquosos através do invólucro, sendo compostos por múltiplas proteínas, colectivamente denominadas de nucleoporinas. Os poros possuem cerca de 125 milhões de dalton de peso molecular e consistem em cerca de 50 (em leveduras) a 100 proteínas (em vertebrados).[4] Os poros possuem 100 nm de diâmetro total; no entanto, o espaço através do qual as substâncias difundem livremente tem apenas 9 nm de largura, devido à presença de sistemas de regulação no centro do poro. Este tamanho permite a livre passagem de pequenas moléculas solúveis em água ao mesmo tempo em que impede que moléculas de maiores dimensões, como os ácidos nucleicos e proteínas entrem ou saiam de maneira inapropriada. Estas moléculas maiores terão que ser transportadas para o interior do núcleo de maneira activa. O núcleo de uma típica célula de mamífero tem cerca de 3000 a 4000 poros através de todo o seu envelope,[19] com cada um deles contendo uma estrutura anelar, de simetria octogonal, no local onde as membranas interna e externa se fundem.[20] Ligado a este anel existe uma estrutura em forma de cesto que se estende em direcção ao nucleoplasma, e uma série de extensões filamentosas que alcançam o citoplasma. Ambas as estruturas servem para mediar a ligação a proteínas transportadoras nucleares.[4]
A maioria das proteínas, subunidades ribossomais e alguns ARN são transportados através dos complexos de poros num processo mediado por uma família de factores de transporte denominadas carioferinas. Estas carioferinas que medeiam o movimento para o núcleo também são chamadas de importinas, enquanto que aquelas que medeiam o movimento para fora do núcleo são chamadas de exportinas. A maioria das carioferinas interage directamente com a sua carga, apesar de algumas usarem proteínas adaptadoras.[21] hormonas esteróides como o cortisol e a aldosterona, tal como outras pequenas soléculas lipossolúveis, envolvidas na sinalização intecelular, podem se difundir através da membrana celular, para o citoplasma, onde se ligam a receptores nucleares que são transportados para o núcleo. Já no núcleo, servem como factores de transcrição quando juntos com o seu ligando; na ausência do ligando, muitos receptores funcionam como desacetilases de histonas que reprimem a expressão genética.[4]
[editar] Nucléolo
- Ver artigo principal: Nucléolo
O nucléolo é uma estrutura presente dentro do núcleo, nâo envolta por membrana. Por vezes é classificado como suborganelo. Forma-se em volta de repetições de ADNr, ADN que codifica o ARN ribossomal (ARNr). Estas regiões são denominadas regiões organizadoras de nucléolo. O papel principal do nucléolo é o de sintetizar ARNr e de formar os ribossomas. A coesão estrutural do nucléolo depende da sua actividade, já que a formação de ribossomas resulta na associação temporária de componente nucleolares, facilitando assim mais formação de ribossomas e logo uma maior associação. Este modelo é suportado por observações de que a inactivação do ADNr resulta na mistura de componentes nucleolares.[22]
O primeiro passo na formação do ribossoma é a transcrição do ADNr, efectuado por uma proteína chamada RNA polimerase I, dando origem a um pré-ARNr precursor, de grandes dimensões. Este é clivado nas subunidades 5.8S, 18S, e 28S do ARNr.[23] A transcrição, o processamento pós-transcricional e a formação do ribossoma, ocorrem no nucléolo, auxiliado por moléculas de ARN nucleolar pequeno (snoRNA, em inglês), algumas das quais derivado de splicing de intrões de genes codificantes de ARN mensageiro, relacionados com funções ribossomais. As subunidades ribossomais já formadas são as estruturas de maior dimensão que passam pelos poros nucleares.[4]
Quando observado através do microscópio electrónico, o nucléolo pode ser visto como sendo constituído por três regiões distintas: uma região interior (centro fibrilar), rodeada pelo componente fibrilar denso, que por sua vez é rodeado pelo componente granular. A transcrição do ADNr ocorre no centro fibrilar ou na fronteira entre o centro fibrilar e o componente fibrilar denso. Quando a transcrição de ADNr é aumentada, verifica-se a detecção de mais centros fibrilares. A maior parte da clivagem e modificação do ARNr ocorre no componente fibrilar denso, enquanto que os passos mais tardios, envolvendo a assemblagem de proteínas em subunidades ribossomais, ocorre no centro granular.[23]
[editar] Outros corpos subnucleares
Nome da estrutura | Diâmetro da estrutura |
---|---|
Corpos de Cajal | 0.2–2.0 µm[24] |
PIKA | 5 µm[25] |
Corpos PML | 0.2–1.0 µm[26] |
Paraspeckles | 0.2–1.0 µm[27] |
Speckles | 20–25 nm[25] |
Para além do nucléolo, o núcleo contém um número de outros corpos não-membranares. Alguns deles são os corpos de Cajal, os gémeos de corpos enovelados (gemini of coiled bodies, em inglês). Domínios PIKA, corpos PML, agregados de grânulos intercromatínicos (speckles) e paraspeckles. Apesar de pouco se saber sobre alguns destes domínios, estes são significantes pelo facto de mostrarem que o nucleoplasma não é uniforme, mas sim que contém vários subdomínios funcionais organizados.[26]
Outras estruturas subnucleares aparecerem como parte de processos de doenças. Por exemplo, foi já reportada a presença de pequenos bastões intranucleares em alguns casos de miopatia nemalínica.
[editar] Corpos de Cajal e gémeos
Um núcleo contém tipicamente entre uma a dez estruturas denominadas corpos de Cajal ou corpos enovelados, cujo diâmetro é de 0,2 µm e 2.0 µm, dependendo do tipo de célula e da espécie.[24] Quando vistos ao microscópio electrónico, assemelham-se a novelos[25] e são densos focos de distribuição para a proteína denominada coilina.[28] Estes corpos estão envolvidos em alguns papeis relacionados com o processamento do ARN, especificamente os pequenos ARN nucleolares (snoRNA), a maturação dos pequenos ARN nucleares (snRNA) e modificação do ARNm histónico.[24]
Similares aos corpos de Cajal são os gémeos de corpos enovelados, quer em forma quer em tamanho. São virtualmente indistinguíveis sob o microscópio electrónico.[28] Em oposição aos corpos de Cajal, os gémeos não possuem pequenas ribonucleoproteínas nucleares (snRNPs), mas contêm uma proteína em inglês denominada survivor of motor neurons (SMN), cuja função está relacionada com a biogénese das snRNP. Supõe-se que os gémeos assistem os corpos enovelados na biogénese das snRNP,[29] apesar de também ter sido sugerido, de evidências microscópicas, que os corpos enovelados os os gémeos de corpos enovelados são diferentes manifestações da mesma estrutura.[28]
[editar] Domínios PIKA e PTF
Os domínios PIKA (do inglês, polymorphic interphase karyosomal associations) foram primeiramente descobertos em estudos de microscopia no ano 1991. As suas funções eram e permanecem pouco claras, apesar de não terem sido associados com replicação activa de ADN, com a trasncrição e com o processamento do ARN.[30] Descobriu-se que se associavam com distintos domínios definidos por densas localizações do factor de transcrição PTF, que promove a transcrição de snRNA.[31]
[editar] Corpos PML
Os corpos PML (do inglês, promyelocytic leukaemia) são corpos esféricos que se encontram dispersos por todo o nucleoplasma, medindo entre 0,2 e 1,0 µm. Outros nomes são: domínio nuclear 10, corpos Kremer e domínios oncogénicos PML. São muitas vezes vistos no núcleo em associação a corpos de Cajal e a corpos de clivagem. Foi sugerido que desempenham um papel na regulação da transcrição.[26]
[editar] Paraspeckles
- Ver artigo principal: Paraspeckle
Descobertos por Fox et al. em 2002, os paraspeckles são compartimentos de forma irregular que ocorrem no espaço intercromatínico[32] Foram documentados pela primeira vez em células HeLa, onde existem em número de 10 a 30 por núcleo.[33] Também se conhece a sua ocorrência em células primárias humanas, em linhas celulares trnasformadas e em secções de tecidos.[34]
Os paraspeckles são estruturas dinâmicas que são alteradas em resposta a mudanças na actividade metabólica celular. São dependente de transcrição[32] e em ausência de transcrição por ARN Pol II estas estruturas desaparecem e todos os seus componentes proteicos associados (PSP1, p54nrb, PSP2, CFI(m)68 e PSF) formam uma estrutura em forma de crescente, em posição perinucleolar. Este fenómeno é demonstrado durante o ciclo celular. Durante o ciclo celular, os paraspeckles estão presentes durante a interfase e durante a toda a mitose, com excepção da telofase. Durante a telofase, quando os dois núcleos-filho são formados, não existe transcrição por ARN polimerase II, de tal forma que os componentes proteicos formam uma cobertura perinucleolar.[34]
[editar] Agregados granulares intercromatínicos
Os agregados granulares intercromatínicos ou speckles (speckles de clivagem) são ricos em snRNPs de clivagem e em outras proteínas necessárias para o processamento do pré-ARNm. Porque a célula tem necessidades variáveis, a composição e a localização destes corpos muda em função da transcrição do ARNm e da regulação via fosforilação de proteínas específicas.[35]
[editar] Função
A principal função do núcleo celular é a do controlo da expressão genética e a da mediação da replicação do ADN durante o ciclo celular. O núcleo providencia o local para a transcrição, que está separado do local da tradução, no citoplasma. Isto permite um nível de regulação genética que não está disponível nos procariotas.
[editar] Compartimentação celular
O envelope nuclear permite que o núcleo controle o seu conteúdo, separando-o do resto do citoplasma quando necessário. Isto é importante para o controlo dos processos de ambos os lados da membrana nuclear. Em alguns casos, onde um processo citoplasmático necessita de ser restringido, um componente chave é removido para o núcleo, onde interage com factores de transcrição que regulam a produção de certas enzimas nas vias metabólicas. Este mecanismo regulador ocorre no caso da glicólise, uma via metabólica que age para degradar a glucose para produzir energia. A hexoquinase é uma enzima responsável pelo primeiro passo da glicólise, formando glucose-6-fosfato a partir da glucose. A altas concentrações de frutose-6-fosfato, uma proteína reguladora remove a hexoquinase para o núcleo,[36] onde forma onde complexo transcricional repressor juntamente com proteínas nucleares, para reduzir a expressão de genes envolvidos na glicólise.[37]
De maneira a controlar quais genes são transcritos, a célula impede que alguns factores de transcrição, responsáveis por regular a expressão genética, de terem acesso ao ADN, até que sejam activados por outras vias de sinalização. Isto previne até mesmo níveis baixos de expressão genética inapropriada. Por exemplo, no caso de genes controlados por NF-κB, envolvidos na maioria das respostas inflamatórias, a transcrição é induzida em resposta a uma via de sinalização, como aquela que é iniciada pela molécula sinalizadora denominada TNF-α, que se liga a um receptor na membrana celular, resultando no recrutamento de proteínas sinalizadoras e eventualmente na activação do factor de transcrição NF-κB. Um sinal de localização nuclear na proteína NF-κB, permite que seja transportada através do poro nuclear até ao núcleo, onde estimula a transcrição dos genes-alvo.[5]
A compartimentação permite que a célula previna a tradução de mRNA que não sofreu splicing.[38] O mRNA eucariota contém intrões que devem ser removidos antes que ocorra a tradução e dêem origem a proteínas funcionais. O splicing é efectuado dentro do núcleo antes de o mRNA poder ser acedido por ribossomas para se dar a tradução. Sem o núcleo, os ribossomas iriam traduzir o mRNA recentemente transcrito (não processado) em proteínas com malformações e não funcionais
[editar] Expressão genética
- Ver artigo principal: Expressão genética
A expressão genética envolve a transcrição, na qual o ADN é usado como modelo para a produção de ARN. No caso de genes que codificam proteínas, o ARN produzido por este processo é o ARN mensageiro, que depois necessita de ser traduzido pelos ribossomas para formação das proteínas. Como os ribossomas se localizam fora do núcleo, o ARNm produzido necessita de ser exportado.[39]
Uma vez que o núcleo é o local da transcrição, também contém uma variedade de proteínas que ou fazem a mediação directa da transcrição ou estão envolvidos em regular o processo. Estas proteínas incluem as helicases que desenrolam a dupla fita da molécula da ADN, para facilitar a acesso a ela, a ARN-polimerase que sintetiza a molécula de ARN, a topoisomerase que muda a quantidade de enrolamento no ADN, assim como uma grande variedade de factores de transcrição que regulam a expressão genética.[40]
[editar] Processamento do pré-ARNm
- Ver artigo principal: modificação pós-transcricional
As moléculas recém criadas de ARNm são conhecidas como transcritos primários. Elas têm que sofrer modificação pós-transcricional no núcleo antes de serem exportadas para o citoplasma; o ARNm que aparece no núcleo sem estas modificações é degradado em vez de traduzido em proteínas. As três principais modificações são: inserção de uma capa na extremidade 5', poliadenilação na extremidade 3', e splicing de ARN. Enquanto no núcleo, o pré-ARN está associado com uma variedade de proteínas, em complexos denominados partículas de ribonucleoproteínas heterogéneas (hnRPNs). A adição da capa 5´ocorre co-transcricionalmente e é o primeiro passo na modificação pós-transcricional]]. A cauda múltipla de adenina na extermidade 3' é apenas adicionada após a transcrição estar completa.
O splicing do ARN, levado a cabo por um complexo denominado spliceossoma, é o processo pelo qual os intrões, ou regiões do ADN que não codificam proteínas, são removidas do pré-ARNm e o remanescente exão é reconectado numa molécula contínua. Este processo normalmente ocorre após a inserção da capa 5' e da poliadenilação 3', mas pode ter início antes da síntese estar completa em transcritos com muitos exões.[4] Muitos pré-ARNm, incluindo aqueles que codificam anticorpos, podem sofrer splicing de variadas formas, produzindo diferentes ARMm maduros que codificam proteínas com diferentes estruturas primárias. Este processo é conhecido com splicing alternativo e permite a produção de uma grande variedade de proteínas a partir de uma quantidade limitada de ADN.
[editar] Dinâmica e regulação
[editar] Transporte nuclear
- Ver artigo principal: Transporte nuclear
A entrada e saída de grandes moléculas do núcleo está intimamente controlada pelos complexos de poros nucleares. Apesar de pequenas moléculas poderem entrar no núcleo sem regulação,[41] macromoléculas como o ARN e proteínas requerem associação com carioferinas denominadas importinas para entrar no núcleo e exportinas para sair. Proteínas de carga que têm que ser transferidas do citoplasma para o núcleo contêm sinais de localização nuclear ligadas pelas exportinas. A habilidade das importinas e exportinas em transportar a sua carga é regulada por GTPases, enzimas que hidrolisam a molécula de guanosina trifosfato para libertar energia. A GTPase de maior importância envolvida no transporte nuclear denomina-se Ran, que pode se ligar a GTP ou GDP, dependendo se estiver localizada no núcleo ou citoplasma. Enquanto que as importinas dependem de RanGTP para se dissociarem da sua carga, as exportinas requerem RanGTP para se poderem ligar à sua carga.[21]
A importação nuclear depende da importina se ligar à sua carga, no citoplasma, e transportá-la através do poro nuclear até ao núcleo. Dentro do núcleo, a RanGTP actua para separar a carga da importina, permitindo que esta possa sair do núcleo para ser reutilizada. A exportação nuclear é similar, sendo que a exportina liga-se à carga dentro do núcleo, num processo facilitado pela RanGTP, saindo depois através do poro nuclear, separando depois da sua carga no citoplasma.
Proteínas de exportação, especializadas, existem para efectuar a transferência de Arnm madura e ARNt para o citoplasma, após a modificação pós-transcripcional estar completa. Este mecanismo de controlo de qualidade é importante devido ao papel central destas moléculas no processo de tradução das proteínas; uma expressão errada de uma proteína devido à incompleta excisão de intrões ou a incorrecta incomporação de aminoácidos, poderão ter efeitos negativos para a célula; o ARN modificado de maneira incompleta que chega ao citoplasma é degradado em vez de ser utilizado na tradução em proteínas.[4]
[editar] Agregação e desagregação
Durante o seu ciclo de vida, o núcleo pode se desagregar, quer em resposta ao processo de divisão celular quer como consequência da apoptose, uma forma de morte celular programada. Durante estes eventos, os componentes estruturais do núcleo, o envelope e a lâmina, são sistematicamente degradados.
Durante o ciclo celular, a célula divide-se para formar duas células. Para que este processo seja possível, cada uma das células resultantes deverá possuir um conjunto completo de genes, um processo que requer a replicação dos cromossomas, assim como a segregação em conjuntos separados. Isto ocorre pelos cromossomas replicados, os cromatídeos irmãos, ligados aos microtúbulos, que por sua vez estão ligados a diferentes centrossomas. Os cromatídeos irmãos podem então ser puxados para diferentes localizações na célula. No entanto, em muitas células, o centrossoma está localizado no citoplasma, fora do núcleo, e os microtúbulos não podem ligar-se aos cromatídeos na presença de um envelope nuclear.[42] Portanto, nos passos iniciais do ciclo celular, começando na prófase até cerca da prometafase, a membrana nuclear é desmantelada.[8] Durante o mesmo período, a lâmina nuclear também é desagregada através de um processo regulado por fosforilação das laminas.[43] Para o fim do ciclo celular, a membrana nuclear é novamente agregada, e pela mesma altura a lâmina nuclear também o é, através da desfosforilação das laminas.[43]
A apoptose é um processo controlado, através do qual os componentes estruturais da célula são destruídos, resultando na morte da célula. As mudanças associadas com a apoptose afectam directamente o núcleo e o seu conteúdo, por exemplo, na condensação da cromatina e desintegração do envelope e lâmina nucleares. A destruição da rede de laminas e controlada por proteases especializadas, denominadas caspases, que fazem a clivagem das laminas, comprometendo dessa forma a integridade estrutural do núcleo. A clivagem das laminas é por vezes usada como um indicador laboratorial da actividade de caspases, em ensaios de actividade precoce de apoptose.[8] Células que expressam laminas resistentes a caspases são deficientes nas mudanças nucleares relacionadas com a apoptose, sugerindo que as laminas desempenham um papel essencial no início dos eventos que levam à degradação do núcleo por apoptose.[8] A própria inibição da agregação das laminas é um indutor da apoptose.[44]
O envelope nuclear age como uma barreira que previne que vírus de ADN e ARN entrem no núcleo. Alguns vírus requerem acesso a proteínas que existem dentro do núcleo de maneira a poderem-se replicar ou agregarem os seus componentes. Os vírus de ADN, como o herpes-vírus, replicam e agregam-se no núcleo celular, saindo depois por evaginação através da membrana nuclear interna. Este processo é acompanhado pela desagregação da lâmina da face nuclear da membrana interna.[8]
[editar] Células anucleadas e polinucleadas
Apesar de a maioria das células possuir um único núcleo, alguns tipos de células não possuem núcleo e outros possuem vários núcleos. Isto pode ser derivado de processos normais, como o da maturação dos eritrócito de mamíferos, ou ser resultado de divisões celulares mal sucedidas.
As células anucleadas não possuem núcleo e portanto são incapazes de se dividirem para produção de descendência celular. O tipo de célula anucleada mais conhecida é o eritrócito de mamíferos, que também carece de outros organelos como a mitocôndria e serve principalmente para o transporte de oxigénio dos pulmões para os tecidos celulares. Os eritrócitos sofrem maturação através do processo denominado eritropoiese, que se dá na medula óssea e onde perdem o núcleo, organelos e ribossomas. O núcleo é expelido durante o processo de diferenciação de um eritroblasto em um reticulócito, o precursor imediato dos eritrócitos maduros.[45] A presença de um agente mutagénicos poderá induzir a libertação de alguns eritrócitos "micronucleados" imaturos.[46][47] Células anucleadas também podem surgir de divisões celulares mal processadas, em que uma das células-filhas não possui núcleo e a outra fica binucleada.
As células polinucleadas possuem múltiplos núcleos. A maioria das espécies de protozoário da classe Acantharea[48] e alguns fungos em micorrizas[49] possuem células polinucleadas. Em humanos, as células do músculo esquelético, denominadas miócitos, tornam-se multinucleadas durante o seu desenvolvimento; o arranjo de núcleos resultante, perto da periferia das células, permite um máximo de espaço intracelular para as miofibrilhas.[4] Células multinucleadas também podem ser anormais em humanos; por exemplo, células que derivam da fusão de monócitos e macrófagos, conhecidas como células gigantes multinucleadas, por vezes acompanham reacções de inflamação[50] e também estão envolvidas na formação de tumores.[51]
[editar] Evolução
Sendo a principal característica que define uma célula eucariótica, a origem evolutiva do núcleo tem sido alvo de muitas especulações. Quatro grandes teorias foram propostas para explicar a existência do núcleo, apesar de nenhuma ter até agora um apoio alargado.[52]
A teoria conhecida como modelo sintrófico propõe que uma relação simbiótica entre as Archaea e as Bacteria terá criado a célula eucariótica portadora de núcleo. Formula-se que a simbiose se originou quando Archaea primitivas, similares às actuais Archaea metanogénicas, invadiram e passaram a viver dentro de bactérias similares às actuais mixobactérias, eventualmente formando um núcleo primordial. Esta teoria é análoga à teoria aceite sobre a origem da mitocôndria eucariótica e do cloroplasto, que se pensa terem se desenvolvido a partir de uma similar relação endossimbiótica entre um proto-eucariotas e bactérias aeróbias.[53] A origem do núcleo entre as Archaea é suportado por observações de que este grupo e os eucariotas possuem genes similares para determinadas proteínas, incluindo as histonas. As observação que mostram as mixobactérias como organismos móveis, que podem formar complexos multicelulares e que possuem quinases e proteínas G similares aos Eukarya, suportam uma origem bacteriana da célula eucariótica.[54]
Um segundo modelo propõe que células proto-eucarióticas evoluíram a partir de bactérias, sem estágios endossimbióticos. Este modelo é baseado na existência das bactérias do filo Planctomycetes, que possuem uma estrutura nuclear com poros primitivos e outras estruturas membranares compartimentadas.[55] Um modelo similar propões que uma célula semelhante à eucariótica, o cronócito, evoluiu primeiramente, tendo depois fagocitado membros das Archaea e Bacteria, gerando assim o núcleo e a célula eucariótica. [56]
O modelo mais controverso, conhecido como eucariogénese viral, propõe que o núcleo composto de membranas, assim como outras estruturas eucarióticas, originaram-se a partir da infecção de um vírus. A sugestão é suportada por similaridades entre eucariotas e vírus: fitas lineares de ADN e ligação forte a proteínas (analogia entre histonas e envelope viral). Uma versão da proposta sugere que o núcleo evoluiu ao mesmo tempo em que a fagocitose, formando um predador celular primitivo.[57] Outra variante propõe que os eucariotas são originários de Archaea primitivos, infectados com poxvirus, baseada nas semelhanças entre a polimerase de ADN de modernos poxvirus e eucariotas.[58][59] Tem sido sugerido que a questão ainda não resolvida da evolução do sexo possa estar ligada à hipótese da eucariogénese viral.[60]
Finalmente, uma proposta recente sugere que variantes tradicionais da teoria da endossimbiose são insuficientemente robustas para explicar a origem do núcleo eucariótico. Este modelo, denominado "hipótese exomembranar", sugere que o núcleo se originou de uma única célula ancestral que formou uma segunda membrana celular externa; a membrana interior que envolvia a célula original tornar-se-ia na membrana nuclear, formando poros mais complexos ao longo do tempo, permitindo a passagem de componentes celulares sintetizados internamente como as subunidades ribossomais.[61]
Pré-História
Pré-história corresponde ao período da história que antecede a invenção da escrita (evento que marca o começo dos tempos históricos registrados), que ocorreu aproximadamente em 4000 a.C..
Também pode ser contextualizada para um determinado povo ou nação como o período da história desse povo ou nação sobre o qual não haja documentos escritos. Assim, no Egito, a pré-história terminou aproximadamente em 3500 a.C., enquanto que no Brasil terminou em 1500 e na Nova Guiné ela terminou aproximadamente em 1900. Para muitos historiadores o próprio termo "pré-história" é errôneo, pois não existe uma anterioridade à história e sim à escrita.
A transição para a "história propriamente dita" se dá por um período chamado proto-história, que é descrito em documentos, mas ou são documentos ligeiramente posteriores ou documentos externos. O termo pré-história mostra, portanto, a importância da escrita para a civilização ocidental.
Uma vez que não há documentos deste momento da evolução humana, seu estudo depende do trabalho de arqueólogos ou antropólogos, como por vezes de outros cientistas, que analisam restos humanos e utensílios preservados para determinar o que acontecia.
Idade da Terra
- Ver artigo principal: Evolução da vida e formação da Terra
- Ver artigo principal: História da Terra
O planeta Terra existe há aproximadamente cinco bilhões de anos. Mas na maior parte desse longuíssimo tempo não havia sinal de vida sobre a Terra. As primeiras formas de vida que surgiram através de milhões de anos foram se tornando mais completas e evoluídas, até chegar aos grandes animais e ao aparecimento dos grandes hominídeos, por volta de 2 milhões de anos atrás.
A vida na Terra | |||||
Era | Era primitiva | Era primária | Era secundária | Era terciária | Era quartenária |
Duração | Mais de um bilhão de anos | 300 milhões de anos | 150 milhões de anos | 50 milhões de anos | Um milhão de anos |
Características | Intenso vulcanismo; Formação dos oceanos, lagos e rios; Cadeias de montanha; Primeiras formas de vida (algas e bactérias). | Aparecimento de florestas pantanosas e grande quantidade de plantas pelos continentes; Surgimento de insetos, peixes, répteis e anfíbios; Fósseis de animais. | Plantas floridas e frutíferas; Plantas coníferas; As primeiras aves; Primeiros mamíferos; Répteis gigantes (os dinossauros). | Formação de cadeias de montanhas rochosas; Desenvolvimento dos primatas; Desenvolvimento dos símios (macacos); Aparecem os hominídeos (Australopithecus) | Aparecimento do homo sapiens; Período em que vivemos. |
Origem da espécie humana
Chamamos de hominídeos todas as espécies de primatas em que inclui o homem moderno. Os cientistas acham que foi aproximadamente há um milhão e meio de anos que algumas espécies de hominídeos começaram a se distinguir dos outros animais por sua capacidade de fabricar armas rudimentares de pau e pedra (para se defenderem e para caçar) e descobriram que certas coisas da natureza podiam ser utilizadas como utensílios.
O mais antigo hominídeo, com sinais de inteligência, foi descoberto no sul da África, numa gruta onde se encontravam ossadas fósseis, de vários hominídeos da mesma espécie, dando a entender que já viviam em grupo. Juntamente foram tiradas pedras que tinham sido trazidas de rios bem distantes, já com intenção de aproveitá-las como utensílios.
Evolução Humana
- Ver artigo principal: Evolução humana
O ser humano evoluiu a partir dos primatas. A pré-história dos nossos ancestrais encontra-se ainda muito obscura, por falta de documentos e vestígios, mas as pesquisas e estudos continuam, trazendo sempre novas descobertas e luzes sobre o nosso passado. Já encontrados e estudados vários fósseis que permitiram reconhecer vários estágios pelos quais passou o ser humano em sua trajetória.
Geralmente, aceita-se que foi na África que tiveram origem os primeiros hominídeos, os primeiros seres com sinais de inteligência.
Australopithecus
Em 1924, Raymond Dart descobriu, na África do Sul, um fóssil primata que ficou conhecido como Australopithecus (que significa "macaco do sul"). As análises provaram que não se tratava de ossada de macaco, mas sim de um hominídeo. Maiores estudos levaram à conclusão de que se tratava de um ancestral humano com estas características: bípede de postura semi-ereta, altura entre 1m e 1,5m, mãos livres que lhes permitia usar objetos (pedras, madeira) para melhor defender-se e sobreviver. A posição semi-ereta e a liberdade das mãos, mais o uso de sua iniciante capacidade intelectual, davam ao Australopithecus vantagens sobre os animais mais fortes e sobre o meio-ambiente.
Pithecanthropus erectus
O Australopithecus ocupou as terras de parte da África e ganhou as regiões temperadas da Ásia e Europa, evoluindo para Pithecanthropus erectus na ilha de Java.[carece de fontes?] Em 1891, foi encontrado um fóssil desse Homo erectus na ilha de Java. Depois encontraram-se outros fósseis desse mesmo estágio de evolução na Alemanha e na China (em Pequim).
Pelos estudos se chegou à conclusão de que tinham as seguintes características: eram bípedes, de posição ereta, dentição já próxima do homem atual, crânio mais desenvolvido, mandíbula maior que a do Australopithecus, eram robustos e mediam de 1,40 m a 1,70 m. Viviam em cavernas, já faziam utensílios e armas de madeira e de pedra com duas faces cortantes.
Homem de Neandertal
Em 1856, foi encontrado no vale de Neander (Alemanha), um fóssil com característas mais evoluídas que o Pithecanthropus erectus. Recebeu o nome de Homem de Neandertal (que signfica "novo homem do vale"). Com as mesmas características foram encontrados fósseis na Bélgica, no norte da África e Ásia Menor. Suas características principais eram: bípede ereto, altura de 1,60 m, cérebro parecido com o do homem moderno, robusto, pernas curtas e o queixo quase igual ao do homem atual.
Os homens de Neandertal moravam em cavernas, já construíram muros de pedra como defesa e quebra-vento, usavam armas e utensílios mais trabalhados, furavam lascas de pedra para fazer machados e enterravam seus mortos, demonstrando já um começo de sentimento religioso. Já tinham conhecimento do uso do fogo. Viviam em regiões de climas bem diferentes e sofreram o efeito das primeiras glaciações da Terra e bruscas mudanças de temperatura.
Homem de Cro-Magnon
Em 1868, foram descobertos esqueletos na França, em Cro-Magnon (que signfica "grande buraco"). Foram encontrados também fósseis do mesmo estágio de civilização numa gruta em Grimaldi (Itália), na República Tcheca e em muitos outros lugares. Trata-se do nosso ancestral mais direto que apareceu por volta de 40.000 anos atrás. Suas características principais eram: robusto, estatura elevada (1,80 m) e traços físicos do homem atual. Pelos utensílios e sinais da civilização que deixou já demonstrava uma inteligência mais evoluída. Por isso foi também chamado de Homo sapiens ("homem sábio"). Fabricou mais de uma centena de objetos diferentes com as mais variadas utilidades, inclusive ornamentais.
Polia pedra, esculpia madeira e osso; suas armas traziam esculturas de animais; fazia arpões, anzóis, lanças e agulhas de osso para costurar suas roupas de pele. Tinha sepulturas coletivas. Foi grande pescador e caçador.
Daí por diante, os seres humanos foram se aperfeiçoando, melhorando suas técnicas de domínio sobre a natureza, desenvolvendo sua cultura e se organizando em sociedades que foram as civilizações antigas.
Cronologia
- 300.000 – primeira (questionada) evidência de uma cerimônia de enterro de mortos. Num sítio arqueológico como o de Atapuerca na Espanha, formam encontrados ossos de 32 indivíduos no buraco de uma caverna.[1]
- 130.000 – Evidência de uma cerimônia de enterro. Neanderthals enterravam os mortos em sítios como os de Krapina na Croácia.[1]
- 100.000 – O mais antigo ritual de enterro de seres humanos modernos é considerado como originário de Qafzeh em Israel. Há duas cerimônias do que se supõe serem uma mãe e uma criança. Os ossos foram manchados com ocre vermelho.[2][3]
- 100.000 a 50.000 – Aumento do uso do ocre vermelho em vários sítios arqueológicos da Idade da Pedra. O ocre vermelho é considerado de grande importância nos rituais.
- 70.000 – traços de culto a cobras descobertos em Ngamiland, região da Botswana.[4]
- 50.000 – Humanos evoluem em gestos associados com o comportamento do homem moderno. Muito desta evidência tem origem na Idade da Pedra Tardia em sítios africanos. Este comportamento denominado de moderno abrange habilidades com a língua, o pensamento abstrato, simbolismo e religião.[3]
- 42.000 – cerimônia de rituais de humanos no Lago Mungo (Austrália). O corpo aparece respingado por grande quantidade de ocre vermelho. Isso é considerado como uma evidência de que o povo australiano importou os rituais que eram praticados na África.
- 40.000 – início do Paleolítico Superior na Europa. Há uma abundância de fósseis incluindo cerimônias elaboradas de enterro de mortos; registro arqueológicos das chamadas vênus paleolíticas e arte rupestre. As estatuetas de Vênus são consideradas deusas da fertilidade. As pinturas de caverna em Chauvet e Lascaux são consideradas representativas da manifestação de um pensamento religioso.
- 30.000 – O mais recente registro da cerimônia de enterro de um shaman (pajé ou sacerdote).[5]
- 11.000 – início da Revolução Neolítica.
Períodos pré-históricos
Dentro da divisão da história elaborada pelos europeus, a origem da humanidade e as primeiras formas de organização dos grupos humanos constituem, o período mais longo de nosso passado. Convenciona-se dividir esse período em três grandes momentos: Paleolítico, Neolítico e Idade dos Metais.
Paleolítico
- Ver artigo principal: Paleolítico
Dentro deste período, vulgarmente conhecido como Idade da Pedra Lascada, existem três divisões possíveis, sendo que, mesmo dentro de uma das divisões adaptadas, existe uma certa tolerância quanto aos limites temporais:
-
- Paleolítico Inferior (de 2 500 000 - 2 000 000 até 300 - 100 000 anos atrás) [1]
- Paleolítico Médio (300 - 200 000 até 40 - 30 000 anos atrás) [2]
- Paleolítico Superior (40 - 30 000 até 10 - 8000 anos atrás) [3]
ou ainda uma outra divisão em dois sub-períodos que tem por base o aparecimento do Homo sapiens
-
- Paleolítico Inicial ou "Antigo" - onde se incluem o Paleolítico Inferior e o Médio da divisão anterior.
- Paleolítico Recente - que corresponde ao Paleolítico Superior da divisão anterior.
- Significado
A palavra "paleolítico" vem do grego e significa antiga pedra.
- Duração
É o período da história humana compreendido entre 500.000 a 18.000 anos antes de Cristo.
- Características
- Descoberta dos meios de interação com a natureza.
- Vive em pequenos grupos nômades e se abriga em cavernas.
- Desenvolve a linguagem para se comunicar.
- Fabrica utensílios de pedra, osso, madeira. Aparecem machados, martelos, lâminas cortantes e arpões feitos de pedra lascada.
- Fabrica anzóis e agulhas de osso, arco e flecha de madeira.
- Usa trajes de pele para se abrigar do frio.
- Caça, pesca e colhe frutas e raízes como meio de vida.
- Usa o fogo para cozimento de alimentos e defesa contra animais.
- Inicia a arte (pinturas) nas cavernas: figuras de animais, de cadáveres e cenas de caça. São famosas as pinturas rupestres nas cavernas de Altamira (Espanha) e Lascaux (França).
- Acredita na magia e tem sentimento religioso: enterrava os mortos e protegia os túmulos com pedras. A arte nas cavernas tinha um sentido de magia para eles.
Nesta época, o ser humano habitava cavernas, muitas vezes tendo que disputar este tipo de habitação com animais selvagens. Quando acabavam os alimentos da região em que habitavam, as famílias tinham que migrar para uma outra região. Desta forma, o ser humano tinha uma vida nômade (sem habitação fixa). Vivia da caça de animais de pequeno, médio e grande porte, da pesca e da coleta de frutos e raízes. Usavam instrumentos e ferramentas feitos a partir de pedaços de ossos e pedras. Os bens de produção eram de uso e propriedade coletivas.
Nesta fase, os seres humanos se comunicavam com uma linguagem pouco desenvolvida, baseada em pouca quantidade de sons, sem a elaboração de palavras. Uma das formas de comunicação eram as pinturas rupestres. Esta arte, que consistia em representações pictóricas gravadas nas paredes e tetos rochosos das cavernas habitadas ou também em superfícies rochosas ao ar livre, permitia a troca de idéias e a manifestação de sentimentos e preocupações cotidianas.
Mesolítico
- Ver artigo principal: Mesolítico
De 20 a 10 mil anos, também é vulgarmente conhecido como Idade da Pedra Intermediária.
Neste período intermediário, o homem conseguiu dar grandes passos rumo ao desenvolvimento e à sobrevivência de forma mais segura. O domínio do fogo foi o maior exemplo disto. Com o fogo, o ser humano pôde espantar os animais, cozinhar a carne e outros alimentos, iluminar sua habitação além de conseguir calor nos momentos de frio intenso. Outros dois grandes avanços foram o desenvolvimento da agricultura e a domesticação dos animais. Cultivando a terra e criando animais, o homem conseguiu diminuir sua dependência com relação a natureza. Com esses avanços, foi possível a sedentarização, pois a habitação fixa tornou-se uma necessidade.
Neste período ocorreu também a divisão do trabalho por sexo dentro das comunidades. Enquanto o homem ficou responsável pela proteção e sustento das famílias, a mulher ficou encarregada de criar os filhos e cuidar da habitação.
Neolítico
- Ver artigo principal: Neolítico
De de 10 a 6 mil anos, vulgarmente conhecido como Idade da Pedra Polida.
- Significado
Neolítico vem do grego e significa "nova pedra".
- Duração
É o período da história do homem compreendido entre 18 mil e 5000 anos antes de Cristo.
- Características
- O homem desenvolve melhores técnicas de domínio sobre a natureza.
- O clima da terra se torna mais ameno e favorável à vida.
- Vive em grupos maiores (clãs e tribos), primeiras aldeias. Passa de nômade a sedentário.
- Melhoria nas habitações: o homem sai das cavernas e mora em casas (paliçadas e palafitas) construídas por ele.
- Aperfeiçoou seus utensílios de pedra, osso e madeira, polindo-os. Surgiram foices, lâminas cortantes, enxadas, machados e centenas de utensílios, armas e instrumentos. Utilizou o barro para fazer potes e jarros de cerâmica.
- Fez jangadas, canoas e barcos e navegou pelos mares.
- Melhorou os trajes com os teares manuais que faziam roupas de fibras vegetais (linho) e lã.
- O homem fixou-se na terra e desenvolveu a agricultura, inclusive com o arado de tração animal. As tarefas agrícolas eram de responsabilidade das mulheres, enquanto os homens se dedicavam à caça, à pesca e às tarefas pesadas.
- Dedicou-se à domesticação de animais para a alimentação e transporte.
- Com a invenção da roda apareceram carroças rudimentares.
- Manifestação de religião primitiva baseada nos fenômenos da natureza (fogo, raio, trovão, tempestades, ventos, chuvas), nos astros, etc.
- Aparecem monumentos e construções com grandes pedras, provavalmente por motivos religiosos. Surgem os monumentos megalíticos (menires e dolmens), que eram grandes pedras fincadas no chão sustentando outras pedras gigantescas. Foi o início das gigantescas construções que vão surgir com as civilizações seguintes.
- A arte desenvolveu-se com gravação de figuras em osso, pedra e madeira, e a arte da argila desenvolveu-se com modelagem de potes, vasos, estatuetas e pinturas em cerâmica.
Idade dos Metais
- Ver artigo principal: Idade dos Metais
Abrange os dois últimos milênios que antecedem o aparecimento da escrita, por volta de 3500 a.C.
- Duração
É o período da Pré-História do homem compreendido entre 5000 a 4000 anos antes de Cristo.
- Características
- Com a descoberta do uso dos minérios, como o cobre, o bronze e o ferro, o homem do neolítico dá um grande passo para o progresso, abrindo nova era chamada de Idade dos Metais.
- As aldeias agrícolas crescem e dão lugar aos centros urbanos com vários melhoramentos. Vão surgindo cidades-estados e pequenos reinos com poder centralizado.
- Surgem novas armas, mais poderosas, o que permitiu a alguns reinos dominarem outros pela guerra, formando-se assim os primeiros impérios com a presença de escravos.
- As novas civilizações da Idade dos Metais procuram desenvolver-se perto dos grandes rios e vales.
- A agricultura tomou impulso com novas técnicas (drenagem, irrigação) e novos instrumentos. Aparece o comércio (à base de trocas), a navegação progride com barcos a vela.
- Ao final da Idade dos Metais, por volta de 4000 a.C., aparecimento da escrita, dá-se a passagem da Pré-História para a História propriamente dita. Os historiadores aceitam como certo o aparecimento da escrita na Mesopotâmia e no Egito.
a
Evolução
Idade | Período | Ferramentas | Economia | Habitação | Sociedade | Religião |
---|---|---|---|---|---|---|
Idade da Pedra | Paleolítico | Ferramentas feitos a mão e e objetos encontrados na Natureza – porrete, pedra lascada,machadinha, raspador, lança, arpão, agulhas, furadores | Caça e coleta | Vida móvel – cavernas, mucambos, muitas vezes perto de rios e lagos | Bando de coletores e caçadores (25–100 pessoas) | A crença em vida após a morte aparece primeiramente no fim do Paleolítico, caracterizada pela aparição de rituais de enterro de mortos e culto aos ancestrais. Padres e serventes de santuário aparecem na pré-história. |
Mesolítico | Ferramentas feitos a mão e e objetos encontrados na Natureza – arco e flecha, cesta de peixe, barco | Tribos e bandos nômades | ||||
Neolítico | Ferramentas feitos a mão e e objetos encontrados na Natureza – cinzel, enxada, jugo, arada, foice, tear, objetos de barro (olaria) e armas | Revolução Neolítica - transição para agricultura. Coleta, caça, pesca e domesticação | Hortas | Tribos e aparição de grupos com líderes em algumas sociedades neolíticas no fim do período. | ||
Idade dos Metais | Idade do Bronze | Ferramentas de cobre e bronze, roda de oleiro | Pecuária, agricultura, artesanato, comércio (trocas) | |||
Idade do Ferro | Ferramentas de Ferro | Formação de cidades | Formação de estados. Formação de estados começa durante o início da idade do bronze no Egito e na Mesopotamia e durante o fim da idade do bronze, os primeiros impérios são fundados. |
Religião
Apesar de convencionar-se a consolidação da religião no período Neolítico, a arqueologia registra que no Paleolítico houve uma religião primitiva baseada no culto à mulher e à idealização da Deusa mãe,[6][7][8][9] ao feminino e a associação desta ao poder de dar a vida.[10] Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo" e cobertas por um pigmento de cor ocre vermelho, que simbolizava o sangue, e que estavam intimamente ligados ao ritual de adoração às estatuetas femininas; escavações apresentaram que estas estatuetas, as chamadas vênus neolíticas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos localizados em posições perféricas ou ladeando as estatuetas femininas.[11]
Arte
- Ver artigo principal: Arte da Pré-História
Embora esse período seja chamado de Pré-Historia, não é correto chamá-lo assim, porque não existe anterioridade à História e sim à escrita. No entanto existia uma forma de comunicação chamada de pintura rupestre ou gravura rupestre, que podem ser considerados como a "escrita" pré-histórica.
Os desenhos ensinam muito sobre os humanos primitivos, como, por exemplo, que eram animistas, ou seja, acreditavam que os elementos da natureza, como a água, o sol, o fogo, a terra, e outros, tinham alma e eram deusas ou eram governados por deusas. Muitas dessas figuras mostram cenas de caça ou de adoração ás deusas. A arte rupestre nas paredes também poderia demonstrar às deusas os animais a serem caçados.
No Paleolítico Superior (40.000 a 10.000) registra-se a arte rupestre (tais como as famosas pinturas de Chauvet, Altamira, Pech Merle, e Lascaux), a Vênus de Willendorf e arte ao ar livre como a monumental no Vale Côa e Mazouco (Portugal), Domingo García e Siega Verde, ambas na Espanha e Fornols-Haut (França).